sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

O Nome do Vento

Terceira Leitura do mês de Fevereiro: O Nome do Vento. Autor: Patrick Rothfuss. Editora: Arqueiro.

Uma das minhas primeiras leituras do ano  e já considero "O Nome Vento" a melhor. Esse é o primeiro volume da trilogia que é seguido pelo segundo volume "O Temor do Sábio" já lançado aqui no Brasil. O terceiro volume, até agora, não tem data pra ser lançado. 

A história gira em torno de Kote, ou melhor, Kvothe que é conhecido como herói e vilão de muitos contos. Na verdade, Kvothe, é conhecido por vários nomes. Entre eles estão: o Sem-Sangue, o Arcano,  o Matador de Rei... Mas voltando a história, Kvothe mora e é proprietário de uma hospedaria chamada Marco do Percurso, lá vive sob o nome de Kote, já que é dado como morto por muitos.


Sinopse: Ninguém sabe ao certo quem é o herói ou o vilão desse fascinante universo criado por Patrick Rothfuss. Na realidade, essas duas figuras se concentram em Kote, um homem enigmático que se esconde sob a identidade de proprietário da hospedaria Marco do Percurso.

Da infância numa trupe de artistas itinerantes, passando pelos anos vividos numa cidade hostil e pelo esforço para ingressar na escola de magia, O nome do vento acompanha a trajetória de Kote e as duas forças que movem sua vida: o desejo de aprender o mistério por trás da arte de nomear as coisas e a necessidade de reunir informações sobre o Chandriano – os lendários demônios que assassinaram sua família no passado.
Quando esses seres do mal reaparecem na cidade, um cronista suspeita de que o misterioso Kote seja o personagem principal de diversas histórias que rondam a região e decide aproximar-se dele para descobrir a verdade.
Pouco a pouco, a história de Kote vai sendo revelada, assim como sua multifacetada personalidade – notório mago, esmerado ladrão, amante viril, herói salvador, músico magistral, assassino infame.
Nesta provocante narrativa, o leitor é transportado para um mundo fantástico, repleto de mitos e seres fabulosos, heróis e vilões, ladrões e trovadores, amor e ódio, paixão e vingança.

Esse não é um livro com uma história cheia de ação, é um livro calmo e muito prazeroso. Foi emocionante acompanhar a história, ou melhor, a biografia de Kvothe. Desde a sua infância e até então a sua adolescencia.
Já de início com 12 anos, Kovthe, conta sua vida como um Edema Ruh (trupe itinerante de atores e mágicos). Lá ele conhece seu primeiro mentor, o Arcanista Albenty (Ben). Com ele, Kvothe, começa a aprofundar seus estudos. Albenty logo vê que Kvothe é muito inteligente, pois Kvothe observa e já entende e sabe coisas que muitos que estão na Universidade ainda estão aprendendo. Essa parte vai até o momento da tragédia. 

Após a tragédia com sua família e trupe, temos um Kvothe que vai morar na cidade (Tarbean). Logo, começamos a acompanhar o desenvolvimento de Kvothe como um garoto de rua. Um garoto que teve que aprender a se proteger e encarar o mundo real. Particularmente, adorei essa parte, porque ela me trouxe fragmentos de outro livro que li há um tempo atrás: "Oliver Twist"de Charles Dickens. Nessa parte, Kvothe, teve seu momento Oliver Twist - um órfão inteligente com um passado infeliz e que aprende a roubar para sobreviver. Claro que são somente semelhanças, pois as duas histórias tem rumos completamente diferentes. Digamos que o Oliver não sofreu nem um 1/3 do que o Kvothe passou.

Depois de 3 anos na cidade de Tarbean, Kvothe, finalmente, vai para Universidade. A vida na Universidade também não é nada fácil, mas é melhor do que as ruas de Tarbean. Kvothe, então começa a sua vida acadêmica. Faz, depois de um longo tempo, novos amigos e junto também inimizades, se ve diante de sua grande paixão Denna, e assim começamos a ver um outro desenvolvimento na personalidade de Kvothe.  

Essa parte da Universidade nos faz pensar em Harry Potter - Hogwarts. Kvothe, logo de cara, já tem inimizades com um dos professores e com um dos alunos, mas também encontra seus dois melhores amigos o Simmon e o Wilem. Mas, como disse a respeito de Oliver Twist, são apenas semelhanças.

Na Universidade, o mais legal, é que não se aprende a fazer somente magia (simpatias) e sim a estuda-la e a entende-la. Então tem toda uma lógica para o por que de cada simpatia. Você realmente estuda o nome das coisas e vê o quanto um nome tem poder tanto sobre um objeto, a um elemento ou mesmo a uma pessoa.  Kvothe e o Mestre Elodin  discutem a respeito disso em um determinado capítulo, onde sem tem toda essa idéia.

"... As palavras são pálidas sombras de nomes esquecidos. Assim como os nomes tem poder, as palavras tem poder. Elas podem ascender fogueiras na mente dos homens. As palavras podem arrancar lágrimas dos corações mais empedernidos. Existem sete palavras que farão uma pessoa ama-lo. Existem dez palavras que dobrarão a vontade de um homem forte. Mas uma palavras não passa de uma pintura do fogo. O fogo é o nome em sí. (...) Usar palavras para falar de palavras é como usar um lápis para desenhar uma imagem dele mesmo nele mesmo. Impossível. Confuso. Frustante... Mas há outras maneiras de compreender!...  - Elodin (página 604).

Esse é um livro calmo e ao mesmo tempo é extremamente viciante. A narrativa do Patrick Rothfuss nos envolve de uma tal maneira que Kvothe passa a ser uma pessoal real. Nos vemos diante de uma aventura fantástica cheia de reviravoltas como momentos felizes, tristes, tensos... E é muito fácil amar o Kvothe.

A capa da edição do livro, aqui no Brasil, é linda. É a mesma que a da edição Francesa. A ilustração dá caminhos a imaginar todo esse mundo novo que nos é apresentado.

Sem dúvida, esse é um livro muito bom, então eu super recomendo pros amantes, como eu,  de literatura fantástica. ;)




                        
                           
posted by Fernanda

6 comentários:

  1. Kvothe é um personagem complexo, forte, do tipo que não mede esforços para defender aquilo que acredita, com alma de artista e guerreiro. O mundo criado pelo escritor é repleto de fantasia, bem estruturado, intenso e cativante. É um mundo único e inigualável (para mim uma espécie de mistura entre a Terra Média e Nárnia, com toques de Hogwards). Gostei bastante do livro, do estilo de escrita do autor, a leitura é fácil e bastante descritiva. Recomendo para quem é fã de literatura fantástica: para estes, diria que é leitura obrigatória.

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  2. Belo post e belo livro!
    Li ele no ano passado e foi um dos melhores que eu já li.
    O Rothfuss escreve muito bem, ele te prende e tu devora o livro, realmente excepcional.
    No meu canal fiz um vídeo sobre ele, dê uma olhada, e se gostar, se inscreva! :D

    http://www.youtube.com/watch?v=mXD3RvunxHQ

    valeu! :)

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  3. Li o Post e adorei, quando li pela primeira vez o livro esperava muito menos do que veio a ser o melhor livro do ano de 2012 (pessoalmente). Ao contrario de nossa amiga a Renata Sogi, no que se diz de aparências, acho este livro muito pouco parecido com o épico LOTR, pois segue a historia com mais vivacidade e até um pouco menos "místico" seu lado mágico, e MUITO atual, além de os personagens serem "condizentes com seu Habitat em seu modo de vida".

    Mas enfim é uma bela obra e indico este e o segundo livro já disponível "O temor do Sábio"

    :) abs

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  4. Excelente post.
    "O Nome do Vento". Confesso que quando li o título desse livro não esperava muito, apesar da capa ter me encantado no instante em que minha atenção recaiu sobre ela.
    Esse livro certamente é um do melhores que eu já li em toda a minha vida.
    Patrick Rothfuss tem o dom de cativar. Nas mais de seiscentas páginas dessa sua primeira obra ele foi capaz de transformar uma história medievalista e fantástica, nos moldes criados por Tolkien, em uma realidade incrível. Cada parágrafo é capaz de nos transportar para a companhia de Kvothe, em lugares de beleza inenarrável, e em situações de tristeza profunda ou alegria extrema, tudo entremeado por belas canções, apresentações musicais magistrais, magias e amor.
    A maior força contida no livro e que é capaz de enternecer qualquer um está na saga do herói em crescer. A história do crescimento de Kvothe é algo comum a todos, com a descoberta de seu primeiro amor, seus anseios pelo futuro, suas amizades e inimizades.
    Enfim, essa é uma obra maravilhosa que merece ser lida aos poucos para que cada momento seja apreciado.

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  5. Olá! O quê comentar á respeito deste livro? Acho que não lí NENHUM melhor que que ele. E olhe que já lí um "bocado" de coisas, boas e ruins! Simplesmente fascinante, fantástico, coisa de gênio. Tem a magia do Potter, o mistério do Senhor dos Anéis, as lutas e ficções da Guerra dos Tronos, as sutilezas dos melhores livors de mistério e a facilidade de se ler e entender dos quadrinhos, minha primeira paixão, há muuuuito tempo atrás e mais, muito mais. Leiam! Leiam! Leiam! Sds. jpaf/2013.

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  6. Olá colegas leitores, do blog e livro :D
    Pessoal, este livro é muito bom, atraente em sua narrativa, forte na sua estória, que é inovadora no seu conceito de magia, e com doce toque de mistérios, sobre as fundações da civilização "pré-estoria narrada" igualmente LORT, CIF entre outras estórias de fantasia muito conhecidas, que cada gota dada de explicação sobre a fundação das civilizações é absorvida com imenso prazer, além de uma trama que faz com que você não possa deixar de querer o próximo parágrafo lido o mais depressa possível, e sempre fique com um gostinho de quero mais da estória, que aliás, é uma narrativa que começa bem cedo na vida do protagonista Kvothe até a sua vida já adulto.

    A semelhanças com Harry Potter é bem visível no primeiro livro e segundo, mas seu conteúdo é muito mais adulto desde o primeiro momento e seu personagem também, que é marcante pelo seu orgulho acima da média e independência.

    Enfim , será um prazer feito a sí mesmo lê-lo como foi a minha pessoa.

    Felipe V. Justo

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