domingo, 21 de julho de 2013

Veep


Simplesmente a melhor comédia da atualidade!


 Veep é centrada na vice-presidente dos Estados Unidos e a sua equipe. Parece sem graça? Não é, acredite!! Os roteiristas fizeram uma série redondinha, de diálogos rápidos, tiradas inteligentes (se o seu tipo de humor segue a linha de Zorra Total, Veep não é série para você, meu amigo!), muitos palavrões e situações embaraçosas.

Selina Meyer, interpretada pela maravilhosa Julia Louis-Dreyfuss (sim, a Elaine de Seinfeld!! ) é a vice-presidente amalucada, que está sempre a esperar a ligação de Senhor Presidente. Ela é politicamente incorreta e tem a incrível capacidade de falar a coisa errada no momento errado. Vergonha alheia total!


A equipe de Selina é um caso à parte. Amy (interpretada pela Anna Chlumsky, a loirinha do filme Meu Primeiro Amor) é a chefe de gabinete que tem que se desdobrar para consertar as mancadas da Selina. Gary é o assessor pessoal de Selina, um tipo meio bobalhão que se vira em mil para atender as tresloucadas exigências da chefe. Mike é cara da imprensa e sempre consegue sujar ainda mais a barra da vice presidente com a mídia. Dan também trabalha com a mídia, carreirista e politicamente incorreto. Sue é a secretária linguaruda e insolente e por fim temos Jonah que integra a equipe do presidente e sempre leva patadas de todos os outros.


São cerca de 8 episódios (com duração máxima de 25 minutos) em duas excelentes temporadas. Falta de tempo não é desculpa então, amigos! 

domingo, 14 de julho de 2013

Scandal

 Sabe quando um programa é tão ruim, mas tão ruim que fica bom? Pois é, Scandal é totalmente assim.

Criada por Shonda Rhimes (responsável também pela série média, Grey’s Anatomy) Scandal se concentra em Olivia Pope (interpretada por Kerry Washington). Ela tem um escritório em Washington, D.C. e se define como uma gerenciadora de crises, ou seja, ela faz problemas (de proeminentes políticos e poderosos da capital americana) sumirem. Para isso, ela conta com um time de “gladiadores de terno” (sim, definição usada pelos próprios personagens – para vocês sacarem o quanto a Shona Rhimes tira um barato da nossa cara!). Essas pessoas são funcionários de Olivia, extremamente leais a ela e responsáveis por ações heterodoxas e ilegais, na maioria das vezes. Olivia tem direta ligação com a Casa Branca. Trabalhou na campanha para a eleição do presidente americano, Fitz (interpretado por Tony Goldwyn. Sim, leitores, ele é o cara que mata o Patrick Swayze em “Ghost”!) e teve um tórrido caso amoroso com ele.


Ao longo da curta primeira temporada (somente sete episódios foram produzidos) e dos vinte e dois episódios que compõem a segunda temporada, vemos o desenrolar dessa história entre Olivia e Fitz, várias conspirações e tramoias, muitas reviravoltas e somos apresentados aos demais personagens, entre eles, Mellie (a esposa de Fitz) e Cyrus Beene, o chefe de gabinete do presidente. Aqui faço uma pequena observação: numa série cujas interpretações pecam pelo excesso (É totalmente insuportável aguentar as caras e bocas de Kerry, ou a falta de expressão de todos os atores da equipe de Olivia ou a canastrice de Tony Goldwyn ) é gratificante ver o desempenho de um ator como Jeff Perry que faz de seu personagem, Cyrus Beene,  a melhor coisa da série, com seus ataques de raiva e estresse e suas frases hilárias.



O ritmo da série é alucinante, há reviravoltas em todos os episódios então se você piscar, você definitivamente vai perder alguma coisa. Durante a primeira temporada haviam casos semanais e um fiapo de história central. Na segunda temporada, sabiamente, Shonda mudou de estilo e focou nas intrigas e conspirações dentro da Casa Branca. Um acerto imenso! Tudo ficou mais interessante e um vínculo mais forte entre os expectadores e os personagens foi criado.

Não vou reclamar do fato de que todos os personagens fazem monólogos insuportáveis, intermináveis e cheios de lição de moral, nem vou reclamar das saídas mirabolantes que a criadora da série usa para os problemas dos personagens ou tampouco vou comentar sobre o pouco aprofundamento dos personagens (sim, eles extremamente rasos). Tudo isso torna a série chata, pedante, mas é tolerável. A gente se acostuma. 


O maior problema se Scandal é exatamente a sua protagonista. A Olivia Pope de Kerry Washington é um pé no saco. Como já mencionei acima, a atriz é tão fraca e faz tantas caras e bocas que fica difícil acreditar que ela está triste, magoada, feliz, excitada ou com raiva. E quando ela fica com lágrimas nos olhos? (Isso acontece o tempo TODO!!!) Ahh, eu é que sinto vontade de chorar. Além dessa performance capenga da atriz, a personagem é tão mal construída que dá dó. E ela só veste branco!! Meu Deus, coloquem um pouco de cor nas roupas desta mulher, figurinistas. Que inferno!!

Leitor, se você deseja assistir séries que retratem verdadeira e seriamente o dia-a-dia de um presidente ou intrigas de poder, procure série como House of Cards, Boss ou The West Wing. Garanto que vocês não se arrependerão. Mas caso vocês queiram algo leve, só para passar o tempo e que tenha essa temática, Scandal é a pedida. Afinal, mesmo com todos os defeitos, é tudo tão alucinante que quando você percebe, já está no final do episódio. 

by Alê

terça-feira, 2 de julho de 2013

Mad Men - um balanço da sexta temporada

Uma espiral de caos, tristeza, dor e destruição. Acho que podemos resumir assim a jornada de Don Draper nesta sexta temporada de Mad Men.

Antes de comentar sobre a temporada deste ano, abro um parêntese para falar dos anos anteriores da série. (Mad Men não é uma série fácil. Ela não te conquista de primeira. Nada é mastigado, explicado, há longas sequência em que nada acontece – Matthew Weiner, o criador e roteirista da série segue a receita de sucesso de sua série anterior, The Sopranos – mas ao final de alguns episódios você se vê completamente fisgado pelos personagens complexos e maravilhosos e uma reconstituição de época que beira a perfeição. A década de 60 foi um marco, um divisor de águas para o mundo, a sociedade em geral e Mad Men retrata os hábitos, os costumes e todas essas mudanças com uma sutileza e uma genialidade ímpar.).

Neste sexto ano, temos um grande desenvolvimento nos personagens e, embora todos mereçam destaque, infelizmente, darei ênfase aos dois personagens chaves desta temporada. A primeira é Peggy. É notável seu crescimento e amadurecimento. Peggy está na vanguarda do seu tempo. Ela trabalha e tem sucesso – dentro do possível para a época, é claro, compra seu próprio apartamento, termina seus relacionamentos quando acha que é necessário faz com que suas opiniões e vontades sejam ouvidas e não aceita ser manipulada por homem algum. Gostei particularmente da cena em que ela conversa amistosamente com Pete (que em tempos remotos a fizera sofrer tanto), percebemos como os dois se conhecem e hoje consegue relacionar-se bem, apesar de tantos percalços, o que mostra que o personagem de Peter também está mais maduro, que já levou muitos revezes da vida e não é mais o menino mimado das primeiras temporadas. Aliás, ele e Bem foram responsáveis pelas cenas mais cômicas da série nestes seis anos.

Don Draper alcançou o fundo do poço. Há muito tempo ele já perdera o ânimo com a profissão. Desde a temporada passada, vemos Don sabotar – consciente ou inconscientemente – os clientes potenciais da empresa e tem o seu ápice quando Don espanta a Hershey’s ao contar, finalmente, sobre a sua infância num prostíbulo (palmas aqui ao desempenho de Jon Hamn na cena. Soberbo!!). Com esse desabafo, Don vê seu mundo começar a ruir verdadeiramente. Ele é expulso da firma, convidado a se retirar por tempo indeterminado. Seu casamento com Megan está acabado. Sua amante o rejeitou. Peggy, sua protegida, está magoada e não o respeita mais. Até sua filha, Sally, que o flagrou com a vizinha, não tem por ele mais respeito algum. E em meio a este caos, Don começa a aceitar seu passado, aceitar quem ele verdadeiramente é. Deixar todas as mentiras acumuladas ao longo dos anos parta trás. E tudo isso é coroado na linda cena final, quando Don, junto de seus três filhos, visita a antiga casa em que cresceu. A cena termina rápido, mas gostaria de acreditar que na continuação, Don senta nas escadas e conta toda a verdade para as crianças.
Cena final desta sexta temporada


Há boatos de que a sétima temporada da série seja a última. Eu realmente acredito nisso. Tenho muitas teorias sobre o que pode acontecer a Don. Muitos acreditam que a imagem da abertura da série seja um prenúncio do fim de Don Draper. Ele jogando-se do prédio da Sterling Cooper and Partners. Pessoalmente, acho que este final seria bom e coerente, mas eu gostaria de ver o Don se redimir. Acredito que, apesar de todas as suas grandes falhas de caráter, Don não é um homem mau. É somente um homem envolvido por mentiras imensas, por uma carência angustiante e uma total não aceitação de quem ele é de verdade. E aí entra a importância da Sally para a salvação de Don. Ele começou a contar a verdade, para seus sócios e seus filhos. Ele começou a aceitar essa parte dele que há muito estava escondida e o impedindo de ser uma boa pessoa. Se a Sally o perdoar, o entender e o ajudar nesta retomada da verdade, ele ainda pode ser salvo. 

By Alê