domingo, 10 de fevereiro de 2013

Ferrugem e Osso


Ferrugem e Osso (De Rouille et d'os - 2012)


O cinema francês vive um grande momento. A cada filme lançado o espectador pode ter certeza que será brindado com uma boa história, interpretações ótimas e muita emoção. “Ferrugem e Osso” só comprova este bom momento. É um filme duro, cru, realista mas depois de alguns minutos de exibição você já está totalmente envolvido com aquela história, aqueles personagens.

O filme começa mostrando Alain, personagem de Matthias Schoenaerts, chegando com o filho de 5 anos na casa da irmã, pois a mãe do menino o abandonou. Apesar do relacionamento conturbado entre os irmãos, ele abriga-os em sua casa. Alain, um homem sem educação formal e bastante rude com sua família, consegue um emprego de segurança numa boate. Lá ele encontra Stéphanie, vivida brilhantemente por Marion Cottilard, e após uma briga, ele se oferece a levá-la para casa. Dentro do carro há um diálogo muito ríspido entre os dois. Stéphanie é um treinadora de baleias (como daqueles espetáculos do Sea World) e está em um casamento falido. Durante uma exibição, ocorre um acidente, ela cai no tanque de água e perde as duas pernas. E a partir deste momento que vemos florescer a relação improvável entre Alain e Stéphanie.

Alain acaba sendo a salvação de Stéphanie. Ele não parece se comover com a sua situação e não a trata com pena. Neste momento no filme vemos cenas belíssimas dos dois na praia, quando ela finalmente sai do confinamento de seu apartamento para ver a luz do sol e decide entrar no mar, deixando todos os outros banhistas em choque. É a redenção de Stéphanie, um momento em que ela consegue superar os obstáculos e a suas limitações  e que vai culminar em outra cena lindíssima, quando ela finalmente visita seus antigos colegas e a baleia, responsável pela tragédia. Podemos notar no olhar de Stéphanie a reverência e o respeito que ela tem por este animal ao mesmo tempo em que notamos também uma expressão de tristeza de raiva por todo o mal que este mesmo animal causou a ela. Será que é possível amarmos e odiarmos com a mesma intensidade uma mesma coisa?

Alain também tem seu momento de redenção, mas ao fim do filme, quando percebe o quão forte é seu sentimento pelo filho e por Stéphanie. Primeiro no desespero silencioso de um pai tentando salvar a vida do filho, dando murros no gelo para libertar o filho preso. Por fim, o pedido quase inaudível para que a mulher amada não desligue o telefone e fique com ele naquele momento tão dificil.

É um filme muito forte, muito comovente. Prepare-se para muitas cenas de sexo e nudez, todas com muito furor e naturalidade. Os efeitos especiais são ótimos. Realmente parece que Marion Cotillard perdeu suas pernas. Não sei como o diretor conseguiu, mas é impressionante. Um filme realmente imperdível que mostra o quanto o ser humano é capaz de sofrer e superar as suas dores. O final não é propriamente feliz, mas dá esperança. Enfim, um filme belíssimo e sensível. 

Posted by Alê

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