quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

O Projeto Rosie


Imagine você criando um Projeto para encontrar o par perfeito, a pessoa que se adeque a você. Será que isso é possível? Foi o que o Don Tillman fez. Ele, um geneticista renomado, prestes a completar 40 anos de idade decide criar o Projeto Esposa, um questionário onde ele formula uma série de perguntas para encontrar a mulher que será capaz de aceitar e seguir sua metódica rotina. 

Don é um cara extremamente inteligente, bonitão, pratica esportes, organizado, pontual - um sonho para qualquer mulher, mas ele não tem lá muito jeito com a mulheres, e para ele ter um relacionamento com uma mulher é algo que precisa de todo um planejamento, pois seu estilo de vida é friamente calculado. E, é claro que ele consegue alguns encontros com mulheres que se candidatam ao projeto esposa, mas sempre existe alguma coisa que as fazem não se enquadrarem a ele.

Porém, em seu caminho surge Rosie. Rosie é completamente o oposto do que Don espera encontrar. A princípio, ele acha que ela está se candidatando ao Projeto Esposa (mero engano). Logo de cara ele já sabe que ela não se enquadra em nada, ele por sua vez poderia descarta-la e continuar a sua busca, mas as coisas não seguem por esse caminho, ele meio que decide estuda-la para formulação de novas perguntas eliminatórias para seu projeto. 

Então, Rosie faz um tremendo rebuliço na vida de Don. Ela não está nem aí para o comportamento esquisito dele. E ao longo da história ela vai lhe mostrando um milhão de possibilidades e ele vai saindo aos poucos de sua rotina altamente calculada e se entregando ao inesperado, ao novo, por assim dizer. Isso para ele não é fácil, mas ele vai descobrindo que não existe alguém "certo" e sim as pessoas se fazem certas umas para as outras.

- Quer uma cerveja? - perguntou ela. Uma cerveja! Às 3h. Ridículo.
- Sim, por favor. 
pág. 118


O desenrolar da história não fica só nisso, há um outro subplot, onde Don ajuda Rosie com um outro Projeto, o projeto Pai, e onde também a relação deles começa a ficar um pouco mais sólida. Don não é lá muito bom em como lidar com sentimentos alheios e Rosie, bem ela é emotiva. E ver a relação de dois opostos tomando forma é algo inspirador, porque na sociedade em que vivemos hoje encontrar alguém que aceite uma pessoa como ela é, com suas qualidades e defeitos, já é bastante raro - a era da intolerância. 

O autor deixa subentendido que Don é portador da síndrome de Asperger - uma forma branda de autismo. O portador da Síndrome de Asperger é geralmente muito inteligente e ambicioso, mas também com problemas comportamentais, ou seja, pode ser muito calado, tímido, severo, bastante racional. Tem dificuldades de processar e expressar emoções muitas vezes levando o afastamento de outras pessoas.

Se não me engano esse foi o primeiro livro de comédia romântica que li, comprei lá pelo segundo semestre de 2013, mas o blog estava um pouco parado, então não houve nenhum post sobre.

É um chick lit (gênero que aborda as questões das mulheres modernas), apesar de ter sido escrito por um homem e ser narrado em primeira pessoa pelo personagem principal, no caso, o Don.

É um bom livro pra se divertir, boas risadas, diálogos inteligentes de situações embaraçosas, uma leitura fácil e simples pra quem não quer nada muito complexo. Recomendo. 

Autor: Graeme Simsion
Editora: Record
Ano de lançamento: 2013
Número de páginas: 320

by Fê

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